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A eterna dança das cadeiras da emoção

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15/04/2016 20h19

A dança das cadeiras olímpica dos 100m peito masculino no Brasil iniciou um ciclo em 2004 que não terminou até hoje.

Naquele ano, Eduardo Fischer foi o único a alcançar o índice olímpico. Henrique Barbosa terminou, arrasado, a um mísero décimo de segundo da marca.

Em 2008, a oportunidade olímpica de Henrique chegou, e Fischer, mesmo com índice, teve que dar lugar a Felipe França, com melhor tempo. Naquela ocasião, Felipe Lima também fez índice e também ficou fora dos Jogos.

Joao Gomes estará no Rio-2016 - Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Joao Gomes estará no Rio-2016 – Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Em 2012, foi a vez de Lima chegar. Garantiu a segunda vaga olímpica, atrás de França, e à frente de Henrique Barbosa. E também de João Gomes Junior, que tinha o segundo tempo até a última seletiva.

Agora, como já virou tradição, aquele que se frustra quatro anos antes vem com tudo para a seletiva da Olimpíada seguinte.

 

João Gomes não só supera a decepção de 2012, como faz o segundo tempo do mundo (59s06 nas eliminatórias).

E isso não é pouca coisa: seletivas como a britânica (dos medalhistas mundiais Adam Peaty e Ross Murdoch), sul-africana (do campeão olímpico Cameron van der Burgh), australiana, francesa, chinesa e japonesa já aconteceram.

É uma melhora de quase um segundo de sua melhor marca anterior. Supera com sobras a não classificação de 2012 e a suspensão por doping em 2014 por um suplemento contaminado. Hoje, tudo isso faz parte do passado.

Felipe França vai para a terceira Olimpíada - Foto: Satiro Sodré/ SSPress

Felipe França vai para a terceira Olimpíada – Foto: Satiro Sodré/ SSPress

França, com 59.36, garante sua terceira Olimpíada. Ele, que em todas as apostas era tido e havido com a primeira vaga indiscutível, tem um rival à altura dentro do país. Para brigar por medalha olímpica, João e França terão um ao outro como fator motivante.

O jovem Pedro Cardona, com 59.77 (tempo da eliminatória), mostrou evolução incrível. Ficou a pouco da vaga olímpica. Mas a tradição mostra que o derrotado de hoje voltará com tudo daqui quatro anos. No caso de Pedro, ninguém duvida disso.

E a prova foi tão forte que Felipe Lima, medalhista da prova no Mundial de 2013, terminou com o quarto tempo, fora da Olimpíada.

O pódio dos 100m peito com França, João e Cardona – Foto: Ricardo Sodré/ SSPress

O pódio dos 100m peito com França, João e Cardona – Foto: Ricardo Sodré/ SSPress

 

Até ofuscou o grande nível dos 100m borboleta feminino, primeira prova feminina da história do Brasil com três índices individuais. Se garantiram Daiene Dias (58.04) e Daynara de Paula (58.38).

Etiene Medeiros (58.42) nadou a eliminatória só para quebrar o gelo e, como se fosse coisa rotineira, fez mais um índice para sua coleção (já tem nos 50m e 100m livre, e tem grandes chances nos 100m costas amanhã).

Nos 400m medley, Joanna Maranhão, pela segunda vez na carreira, nada abaixo de 4:40 (4:38.66) e ratifica o índice. Assim como Brandonn Almeida no masculino, com 4:14.63, segunda melhor marca de sua vida. Luiz Altamir não repetiu o índice nos 400m livre mas será o representante. Miguel Valente, o vencedor com 3:51.62, saiu feliz com o tempo e considera ter boas perspectivas nos 1500m livre.

Mas o maior destaque mesmo foi os 100m peito. Cinco índices (além dos citados, Raphael Rodrigues, na quinta posição, também fez a marca) e três abaixo do minuto, único país do mundo a atingir tal feito em 2016.

O mais forte 100m peito do mundo.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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