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Troféu Maria Lenk: sugestões à próxima administração da CBDA

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01/05/2017 21h28

Parque Aquático Maria Lenk (foto: Paula Johas)

Amanhã tem início o Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro. A principal competição da natação nacional este ano é seletiva para dois Campeonatos Mundiais, o de Esportes Aquáticos e o Júnior.

Gustavo Licks, que administra provisoriamente a CBDA como interventor, solicitou urgência para a realização da eleição que definirá o próximo presidente da entidade e sugeriu a data de 2 de junho.

Independente de quem vença, muita coisa há de ser feita.

Como sugestão de melhorias na mais importante competição do calendário do país, seguem abaixo oito itens que poderiam ser implantados nas próximas edições.

Obs.: a seleção abaixo trata-se de opinião pessoal do autor do texto, mas baseada em informações e desejos de vários atletas/treinadores/jornalistas/amantes do esporte.

1. Troféu Maria Lenk sempre no Maria Lenk
O parque aquático Maria Lenk, inaugurado em 2007, tem aquela que é considerada a melhor piscina do país para competições, e o melhor: é rápida. Sabemos que não é sempre que se pode utilizar o complexo, mas o esforço para realizar lá a principal competição nacional é sempre válido. A competição quase sempre é seletiva para grandes eventos internacionais (Jogos Olímpicos, Mundiais, Pan-Americanos, Pan-Pacíficos), e devem-se oferecer as melhores condições para que os atletas alcancem índices. Por melhores que piscinas como em Brasília e Belo Horizonte (que sediaram a competição há não muito tempo) sejam, por fatores variados são consideradas "pesadas". Haveria rotatividade de locais para realização de competições como Troféu José Finkel e Open, para dar a oportunidade de diferentes públicos presenciarem a elite da natação do país. E, se o Chico Piscina é sempre em Mococa, por que não fazer do Maria Lenk o lugar cativo do Troféu Maria Lenk?

2. Divulgação
Nos últimos anos, as estratégias de divulgação da competição têm sido falhas. Aproveitou-se muito pouco o fato do evento contar com medalhistas olímpicos brasileiros e até internacionais – até Katinka Hosszu esteve por aqui, em 2014. Excetuando os que acompanham o esporte frequentemente, era muito difícil que as pessoas ficassem sabendo do campeonato. Imaginem uma estratégia de divulgação com fotos produzidas espalhadas pela cidade promovendo, por exemplo, o duelo Cesar Cielo x Bruno Fratus nos 50m livre, ou o melhor 100m peito do mundo. Com melhor divulgação, haverá mais público. Com mais gente assistindo, mais anunciantes, e mais retorno financeiro. Este ano, em parceria com o COB, a CBDA melhorou muito nesse quesito. Esperamos que siga nessa toada.

Katinka Hosszu, no Troféu Maria Lenk de 2014 (foto: Satiro Sodré/SSPress)

3. Programa da competição para o público
Um programa da competição impresso distribuído ao público durante o evento seria de muito bom tom, com história do evento, principais nadadores, programação e outras informações. O custo não seria alto. Mas, se essa for a questão, não haveria problema em cobrar. Se for algo bem feito, muita gente se interessaria. E seria mais uma ferramenta para a informação do nosso esporte se disseminar.

4. Retirada do 4x50m livre
O revezamento 4x50m livre está na programação do campeonato há 15 anos. E é a prova mais sem sentido do evento. Não existe em nenhuma competição internacional em piscina de 50 metros e não há recorde mundial reconhecido. Uma inclusão aparentemente arbitrária (se o 4x50m livre é disputado, por que não o 4x50m medley?) e que só incha a programação.

5. Por falar em revezamentos….
No ano passado, pela primeira vez, o Troféu Maria Lenk não contou com disputa de revezamentos, para que os atletas pudessem se concentrar em suas provas individuais naquela que foi a derradeira seletiva olímpica. Foi uma excelente iniciativa. E que poderia se repetir. Este ano, o campeonato é seletiva para o Mundial. Alguns atletas chegam a nadar todos os quatro revezamentos, além de três ou quatro provas individuais. Como obter o melhor desempenho nadando tantas provas? Um atleta pode ficar a um décimo de um índice por causa de tal sobrecarga, prejudicando a formação da seleção nacional. Revezamentos no Maria Lenk, eles são mesmo necessários?

6. Por falar em seletivas…
Esse item não tem necessariamente a ver com o Maria Lenk em si, mas com os processos de seleção para grandes competições. Para o Mundial de Budapeste, a princípio serão escolhidos os oito nadadores com melhores índices técnicos da competição. Só que, para essa seleção, uma coisa ficou indefinida: a CBDA não anunciou se será utilizada a tabela de pontos da FINA de 2016 ou de 2017 para tal cálculo. E a simples mudança de tabela pode ocasionar mudanças drásticas na formação da seleção. Qualquer que seja o critério, ele deve ser definido com precisão, e antes das competições para as quais ele seja válido. Atletas e treinadores agradecem.

7. Duração
No ano passado, com uma programação enxuta, com apenas provas olímpicas e sem revezamentos, o campeonato se estendeu por intermináveis seis dias. Houve dias com apenas três provas. E não três masculinas e três femininas, e sim três provas no total (duas masculinas e uma feminina). Desnecessário. Com tal programação, em quatro dias seria possível resolver tudo. Este ano, serão cinco dias. Uma duração honesta, visto que há mais provas. O pedido apenas é que esse padrão se mantenha, e não retornem as competições intermináveis sem necessidade.

8. Premiação para os melhores do ano anterior
Nos Estados Unidos, anualmente ocorre o Golden Google Awards, evento de gala para premiação dos melhores nadadores do ano no país. É utopia pensar que, no momento, podemos fazer algo parecido. Mas isso não significa que nada pode ser feito. O Troféu Maria Lenk, realizado em abril/maio, seria a ocasião ideal para distribuir os prêmios aos melhores do ano anterior, afinal é a primeira vez no ano que a elite da natação do país se reúne. Tal premiação somente enalteceria e engrandeceria nosso esporte. A Best Swimming realiza seu prêmio todos os anos, mas sem um evento físico fixo. Ou seja, a eleição já existe. Uma parceria com a CBDA poderia fazê-lo se tornar material.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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