Breve história da natação do Brasil em Mundiais (parte 2)
Na segunda-feira, trouxemos uma retrospectiva da participação brasileira em Mundiais de esportes aquáticos até 1998, que você confere clicando aqui. Hoje, relembraremos os feitos do país na competição nas oito edições realizadas neste século.
2001 – Fukuoka
Equipe brasileira:
Natação: Flavia Delaroli, Monique Ferreira, Nayara Ribeiro, Edvaldo Valério, Nicholas Santos, Gustavo Borges, Rodrigo Castro, Felipe May Araújo, Luiz Lima, Fernando Alves, Alexandre Massura, Rogerio Romero, Eduardo Fischer
Águas abertas: Viviane Motti, Fabiana Uyvary, Guilherme Bier, Fabio Lima, Carlos Pavão
Medalhas: 0
Finais na natação de piscina: 2
Após uma Olimpíada sem medalhas individuais em 2000, a equipe brasileira chegou a Fukuoka, em 2001, sabendo que dificilmente brigaria por lugares no pódio. A geração de Gustavo Borges, Rogerio Romero e Fernando Scherer (que não disputou o Mundial) entrava em seu último ciclo olímpico completo e preparava sua despedida, e os grandes nomes da geração seguinte ainda começavam a aparecer.
E foi um desses novos nomes o maior destaque brasileiro, pela primeira vez vindo do lado feminino. Nayara Ribeiro, a mais jovem da equipe com 17 a nos, jamais havia nadado os 1500m livre em um Campeonato Brasileiro absoluto (pois não constava na programação na época), e logo de cara já se classificou para a final do Mundial, superando o recorde sul-americano de Patricia Amorim de mais de uma década anos por 27 segundos. Provas de 50m estilos, 800m livre masculino e 1500m livre feminino faziam sua estreia naquele Mundial – na realidade provas de 50m estilo foram disputadas em 1991, em Perth, mas foram consideradas provas de exibição e não constam nos resultados oficiais. A final de Nayara (terminou na 8ª posição) foi a única individual obtida por toda a seleção – o revezamento 4x100m livre masculino também avançou, mas foi desclassificado na final.
Esse é o mais antigo Mundial que tivemos um nadador brasileiro que ainda está em atividade e ainda por cima disputará o Mundial de Budapeste este ano. Nicholas Santos fazia sua estreia, nadando apenas os 50m livre (ficou em 30º). Ao longo dos anos especializou-se nos 50m borboleta e chegará entre os favoritos à Hungria, aos 37 anos.
2003 – Barcelona
Equipe brasileira:
Natação: Flavia Delaroli, Rebeca Gusmão, Mariana Brochado, Monique Ferreira, Nayara Ribeiro, Ivi Monteiro, Marcella Amar, Talita Ribeiro, Patricia Comini, Joanna Maranhão, Tatiana Lemos, Ana Carolina Muniz, Paula Baracho, Fernando Scherer, Jader Souza, Rodrigo Castro, Rafael Mósca, Felipe May Araújo, Bruno Bonfim, Nicholas Santos, Kaio Márcio de Almeida, Pedro Monteiro, Paulo Maurício Machado, Rogerio Romero, Gabriel Mangabeira, Eduardo Fischer, Felipe Brandão Santos, Henrique Barbosa, Thiago Pereira, Marcelo Tomazini, Diogo Yabe, Gustavo Borges, Carlos Jayme.
Águas abertas: Viviane Motti, Priscila Cordeiro, Luis Eduardo Oliveira, Carlos Pavão.
Medalhas: 0
Finais na natação de piscina: 1
O Mundial de 2003 em Barcelona foi um marco. Talvez o melhor Mundial da história, com presença de lendas como Alexander Popov, Ian Thorpe, Michael Phelps, Pieter Hoogenband, Inge de Bruijn e Jenny Thompson, e a primeira competição que vimos Michael Phelps ser Michael Phelps, demolindo recordes e vencendo múltiplas provas.
E foi um marco também pelo Brasil. Não exatamente pelo desempenho, já que apenas uma final foi conquistada, pelo veterano Fernando Scherer nos 50m borboleta, de uma equipe que priorizava a disputa dos Jogos Pan-Americanos daquele ano. Mas principalmente por marcar o aparecimento de uma geração que daria as cartas na natação brasileira nos anos seguintes.
Por exemplo, Mariana Brochado superou o recorde sul-americano nos 200m livre, Kaio Márcio melhorou um recorde brasileiro histórico de Ricardo Prado nos 200m borboleta que completava 20 anos, Thiago Pereira bateu o recorde continental nos 200m medley e Joanna Maranhão superou a marca nacional dos 400m medley. Todos eles alcançariam finais olímpicas posteriormente, e isso sem falar em outros futuros finalistas individuais como Flavia Delaroli e Gabriel Mangabeira. Como se vê, o futuro começou em Barcelona.
2005 – Montreal
Equipe brasileira:
Natação: Flavia Delaroli, Monique Ferreira, Mariana Brochado, Fabiola Molina, Joanna Maranhão, Paula Baracho, Fernando Scherer, Felipe May Araújo, Kaio Márcio de Almeida, Gabriel Mangabeira.
Águas abertas: Pamela Engel, Bruna Cavalcante, Guilherme Bier, Carlos Pavão, Luis Eduardo Oliveira.
Medalhas: 0
Finais na natação de piscina: 2
O Brasil foi a Montreal com uma das equipes mais enxutas dos últimos Mundiais. Uma espécie de versão reduzida da seleção que foi aos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Mas os nadadores que conquistaram finais olímpicas no ano anterior não repetiram seus desempenhos (Flavia Delaroli, Joanna Maranhão, Gabriel Mangabeira e revezamento 4x200m livre feminino), e a maior chance de medalha do Brasil, Thiago Pereira, se lesionou e não disputou a competição. Com isso, o número de finais, pelo terceiro Mundial consecutivo, foi reduzido – somente duas.
Fernando Scherer repetiu a final conquistada nos 50m borboleta dois anos antes e foi quem mais perto passou do pódio, terminando na 5ª posição. Foi a última competição internacional do consagrado velocista, que se aposentaria no início de 2007.
Resultado promissor obteve Kaio Márcio de Almeida, 7º colocado nos 100m borboleta. Em grande fase, quebraria o recorde mundial dos 50m borboleta no final do ano e seria campeão mundial em 2006, esses feitos conquistados em piscina curta.
2007 – Melbourne
Equipe brasileira:
Natação: Flavia Delaroli, Fabiola Molina, Cesar Cielo, Nicolas Oliveira, Rodrigo Castro, Armando Negreiros, Felipe May Araújo, Fernando Silva, Gabriel Mangabeira, Leonardo Guedes, Thiago Pereira, André Schultz, Felipe Lima, Henrique Barbosa.
Águas abertas: Poliana Okimoto, Maria da Penha Cruz, Ana Marcela Cunha, Mario Pereira, Luiz Lima, Allan do Carmo, Fabio Lima.
Medalhas: 0
Finais na natação de piscina: 4
Nesse campeonato passou-se a ter uma real dimensão do que Michael Phelps poderia fazer nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Em Melbourne, saiu com sete ouros e cinco recordes mundiais. E pode-se dizer que foi também nesse campeonato que começou a era Cesar Cielo na natação brasileira. Era seu primeiro Mundial de esportes aquáticos, mas já havia disputado os Mundiais de curta em 2004 e 2006. Alguns meses antes, havia superado o lendário recorde sul-americano de Fernando Scherer nos 100m livre. Nadando essa prova em Melbourne, Cesar surpreendeu ao virar na liderança e ficar fora do pódio por somente 4 centésimos. Nos 50m livre, superou o recorde sul-americano que também era de Xuxa. Saiu aos prantos da piscina na 6ª posição. Seria a última vez que ele sairia de uma competição internacional sem medalhas pelos próximos oito anos.
Thiago Pereira, de volta aos Mundiais, terminou em 4º nos 200m medley, atrás de um trio que foi por muito tempo pedra em seu sapato: Michael Phelps, Ryan Lochte e Laszlo Cseh. Saiu com o recorde sul-americano da prova, na competição que precedeu seu estrondoso sucesso nos Jogos Pan-Americanos daquele ano. Cesar e Thiago juntaram forças a Nicolas Oliveira e Rodrigo Castro para chegarem à final do revezamento 4x100m livre, também recorde continental.
Cesar e Thiago foram destaques solitários de uma equipe que, como manda o figurino, se preparava para o Pan, que seria realizado no Rio de Janeiro. Tanto que, além deles, somente Fabiola Molina chegou a uma semifinal, nos 50m costas.
Nas águas abertas, Poliana Okimoto havia feito história um ano antes, com duas pratas no Mundial de águas abertas, exclusivo da modalidade. Em Melbourne, com um 6º lugar nos 5km, conseguiu a melhor colocação da história do país na modalidade até então e não ficou distante do pódio. Mas ela ainda faria muito mais história em Mundiais de esportes aquáticos.
2009 – Roma
Equipe brasileira:
Natação: Gabriella Silva, Daynara de Paula, Joanna Maranhão, Fabiola Molina, Tatiane Sakemi, Carolina Mussi, Etiene Medeiros, Tatiana Lemos, Ana Carla Carvalho, Flavia Delaroli, Nicholas Santos, Kaio Márcio de Almeida, Nicolas Oliveira, Rodrigo Castro, Guilherme Guido, Leonardo Guedes, Felipe França, João Gomes Junior, Thiago Pereira, Henrique Rodrigues, Cesar Cielo, Henrique Barbosa, Tales Cerdeira, Gabriel Mangabeira, Daniel Orzechowski, Guilherme Roth, Fernando Silva, Lucas Salatta.
Águas abertas: Poliana Okimoto, Ana Marcela Cunha, Isabelle Longo, Allan do Carmo, Marcelo Romanelli, Luis Rogério Arapiraca, Luiz Lima.
Medalhas: 4 (bronze de Poliana Okimoto nos 5km, ouro de Cesar Cielo nos 50m e 100m livre e prata de Felipe França nos 50m peito)
Finais na natação de piscina: 17
Em um Mundial turbinado pelos trajes tecnológicos, recordes mundiais e continentais viraram banalidades. Mas, independente disso, o número de finais e de desempenhos memoráveis foram a marca da seleção brasileira. Em número de medalhas, o desempenho foi inferior ao dos Mundiais de 2013 e 2015. Mas, em termos de finais, a performance foi inigualável, mais que dobrando o segundo melhor desempenho do país na história da competição.
Tudo começou com Poliana Okimoto, que na prova de 5km em águas abertas conquistou a medalha de bronze, encerrando um jejum de 15 anos do país sem medalhas no evento. Seria um ano inesquecível para a nadadora, que conquistaria o título da Copa do Mundo de maratona aquática e terminaria o ano como uma das atletas mais festejadas do país.
E, quando as competições começaram na piscina, Cesar Cielo deu um gostinho do que estava por vir logo no primeiro dia, ao quase superar o recorde mundial dos 100m livre abrindo revezamento. Três dias depois, não teve jeito: vitória com nova marca mundial na prova (46s91), recorde que dura até hoje, naquela que é, nas piscinas, a performance mais marcante do Brasil na história da competição, ao lado dos 400m medley de Ricardo Prado em 1982. Cesar ainda venceria os 50m livre e ajudaria o país a chegar em duas quartas colocações nos revezamentos 4x100m livre e medley. Após o ouro olímpico em 2008, Cesar se tornava o principal herói do esporte brasileiro. 2008 e 2009 foram os anos de seu auge e quem viu jamais vai esquecer.
A outra medalha veio com Felipe França nos 50m peito, uma prova em que havia batido o recorde mundial no Troféu Maria Lenk. Em Roma, ficou atrás do sul-africano Cameron van der Burgh. No pódio, ajoelhou-se e chorou de emoção.
Entre as 17 finais conquistadas pelos nadadores do país, recorde absoluto na competição, destaque especial para a 5ª posição de Gabriella Silva nos 100m borboleta. Mesmo tendo tido uma infecção estomacal no dia anterior, brigou por medalhas até o fim, perdendo o bronze por somente oito centésimos. Bateu o recorde das Américas na prova, algo raríssimo para nadadores do país, e é até hoje o melhor desempenho de uma nadadora brasileira em uma prova olímpica na história da competição. Ela também ajudou o Brasil a alcançar uma final inédita no 4x100m medley feminino, ao lado de Fabiola Molina, Carolina Mussi e Tatiana Lemos, deixando de fora da final a fortíssima equipe dos Estados Unidos.
Outro destaque foi Thiago Pereira, que, apesar de sair sem medalhas, passou muito perto de conquistá-las, com dois quartos lugares nos 200m e 400m medley. Ele dava assim continuidade à sina do "quase", após situações parecidas na Olimpíada de 2004 e no Mundial de 2007. Ele teria que ter um pouco mais de paciência para se libertar da maldição.
2011 – Xangai
Equipe brasileira:
Natação: Daynara de Paula, Tatiana Lemos, Flavia Delaroli, Michelle Lenhardt, Etiene Medeiros, Carolina Mussi, Thiago Pereira, Guilherme Guido, Leonardo de Deus, Kaio Márcio de Almeida, Henrique Rodrigues, André Schultz, Rodrigo Castro, João de Lucca, Cesar Cielo, Felipe França, Bruno Fratus, Nicolas Oliveira, Marcos Macedo, Marcelo Chierighini
Águas abertas: Poliana Okimoto, Ana Marcela Cunha, Samuel de Bona, Allan do Carmo, Victor Colonese.
Medalhas: 4 (ouro de Ana Marcela Cunha nos 25km, ouro de Cesar Cielo nos 50m livre e 50m borboleta e ouro de Felipe França nos 50m peito)
Finais na natação de piscina: 6
O clima para a seleção brasileira estava pesado às vésperas do Mundial. Tudo por causa de um resultado adverso no exame antidoping dos nadadores Cesar Cielo, Henrique Barbosa, Nicholas Santos e Vinicius Waked no Troféu Maria Lenk, por uma substância encontrada em um suplemento manipulado. Todos estavam convocados para o Mundial, mas como tiveram os resultados do Troféu Maria Lenk daquele ano suspensos, apenas Cesar, que havia obtido índice em competição anterior, manteve sua convocação.
Pelo estresse e pressão que enfrentou, seu desempenho era uma incógnita. Mas, na piscina, a maior estrela correspondeu: ouros nos 50m livre e borboleta e um 4º lugar nos 100m livre. Após um 2010 em que seus resultados não o agradaram em piscina longa, Cesar voltava com tudo ao topo do mundo. Na final dos 50m livre, teve companhia de Bruno Fratus, que terminou na 5ª posição – com o tempo da semifinal, teria conquistado a prata. Assim, mostrava pela primeira vez que estava entre os melhores do planeta, condição que sustenta até hoje.
Quem também chegou ao topo foi Felipe França. Após a prata em 2009, conquistou o título mundial nos 50m peito após ter vencido a prova no Mundial de curta de 2010. Outro ouro foi conquistado por Ana Marcela Cunha nos 25km em águas abertas, uma espécie de consolo frente à decepção de ter terminado os 10km fora do top 10 e perdido a vaga olímpica para o ano seguinte – a prova contava como seletiva olímpica. Por isso, apesar do título mundial, foi Poliana Okimoto, 6ª colocada nos 10km, quem foi eleita a melhor nadadora em águas abertas do país na temporada.
Assim, o Brasil terminou o quadro geral de medalhas do campeonato na quarta posição, pelo número de medalhas de ouro – afinal, o país só conquistou ouros, quatro. Mas, desses quatro, três vieram em provas não olímpicas. Dessa forma, a boa posição no quadro obviamente não se traduziu nos Jogos Olímpicos do ano seguinte.
2013 – Barcelona
Equipe brasileira:
Natação: Alessandra Marchioro, Beatriz Travalon, Carolina Bilich, Daynara de Paula, Etiene Medeiros, Graciele Herrmann, Jessica Cavalheiro, Joanna Maranhão, Larissa Oliveira, Manuella Lyrio, Cesar Cielo, Daniel Orzechowski, Felipe Lima, Fernando Ernesto Santos, Henrique Rodrigues, João de Lucca, João Gomes Junior, Leonardo de Deus, Marcelo Chierighini, Nicholas Santos, Nicolas Oliveira, Thiago Pereira, Vinicius Waked.
Águas Abertas: Ana Marcela Cunha, Poliana Okimoto, Allan do Carmo, Samuel de Bona, Diogo Villarinho, Luis Rogério Arapiraca.
Medalhas: 9 (ouro de Poliana Okimoto nos 10km, prata de Poliana Okimoto nos 5km, prata de Ana Marcela Cunha nos 5km, bronze na prova de equipes de 5km com Poliana Okimoto, Allan do Carmo e Samuel de Bona, ouro de Cesar Cielo nos 50m livre e 50m borboleta, bronze de Thiago Pereira nos 200m e 400m medley e bronze de Felipe Lima nos 100m peito)
Finais na natação de piscina: 7
As conquistas brasileiras na piscina em Barcelona, em 2013, foram históricas. Foi o Mundial em que o país mais conquistou medalhas na piscina. Mas foi o desempenho da equipe de águas abertas o responsável pela melhor lembrança da seleção nacional no campeonato. A começar por Poliana Okimoto. Ao vencer os 10km, conquistar a prata nos 5km e o bronze na prova de equipes, tornou-se a primeira atleta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar três medalhas em uma única edição. Seria eleita a melhor maratonista aquática do mundo ao final do ano, um redenção e tanto para quem abandonou a prova olímpica no ano anterior e quase deixou a natação competitiva. E, se nas piscinas os recordes mundiais de Ricardo Prado em 1982 e de Cesar Cielo em 2009 são os maiores momentos do país no campeonato nas piscinas, a vitória de Poliana nos 10km, com Ana Marcela Cunha fazendo a dobradinha com a prata, está no mesmo patamar. Ana Marcela ainda foi bronze nos 5km, Samuel de Bona e Allan do Carmo conseguiram as melhores colocações da história do país nas provas masculinas de 5km e 10km, respectivamente, e, na pontuação geral, o Brasil conquistou o título entre países nas águas abertas. Memorável.
Memorável também foi o desempenho de Cesar Cielo. Após um bronze olímpico insatisfatório para ele em 2012, operou os joelhos e voltou com tudo. Ouros nos 50m livre e borboleta. Na primeira prova, melhor tempo da história sem trajes até então. Um tricampeonato mundial histórico, algo que nenhum outro nadador conseguiu na prova até hoje. Thiago Pereira, após espantar a maldição do "quase" com a prata olímpica em 2012, conseguiu suas primeiras medalhas no campeonato, dois bronzes nos 200m e 400m medley. E Felipe Lima arrancou um heróico bronze nos 100m peito após abaixar seu tempo em todas as três fases da competição. Digno da tradição recente do país no estilo.
Digno de nota também foram os desempenhos de Manuella Lyrio, com um novo recorde sul-americano nos 200m livre, e de Etiene Medeiros, 4ª colocada nos 50m costas, melhor posição feminina da história do país na competição. E que seria melhorada dois anos depois.
2015 – Kazan
Equipe brasileira:
Natação: Daynara de Paula, Daiene Dias, Joanna Maranhão, Manuella Lyrio, Larissa Oliveira, Graciele Herrmann, Etiene Medeiros, Daynara de Paula, Joanna Maranhão, Jhennifer Conceição, Jessica Cavalheiro, Arthur Mendes Filho, Luiz Altamir Melo, Nicholas Santos, Cesar Cielo, Felipe França, Felipe Lima, Marcelo Chierighini, Matheus Santana, Bruno Fratus, João de Lucca, Guilherme Guido, Nicolas Oliveira, Leonardo de Deus, Henrique Rodrigues, Thiago Pereira, Thiago Simon.
Águas abertas: Ana Marcela Cunha, Poliana Okimoto, Betina Lorscheitter, Carolina Bilich, Allan do Carmo, Diogo Villarinho, Victor Colonese, Samuel de Bona.
Medalhas: 7 (ouro de Ana Marcela Cunha nos 25km, prata na prova de equipes de 5km com Ana Marcela Cunha, Allan do Carmo e Diogo Vilarinho, prata de Thiago Pereira nos 200m medley, prata de Etiene Medeiros nos 50m costas, prata de Nicholas dos Santos nos 50m borboleta, bronze de Ana Marcela Cunha nos 10km e bronze de Bruno Fratus nos 50m livre)
Finais na natação de piscina: 7
Se o maior destaque de 2013 veio das águas abertas, em 2015 também. Mas o nome da vez foi Ana Marcela Cunha. Assim como Poliana Okimoto dois anos antes, a baiana saiu da competição com três medalhas: ouro nos 25km, prata na prova de equipes, ao lado de Allan do Carmo e Diogo Villarinho, e bronze nos 10km. Com isso, obteve classificação para os Jogos Olímpicos de 2016, algo que Poliana também conseguiu. Pelo desempenho, foi eleita a melhor atleta brasileira do ano no Prêmio Brasil Olímpico, assim como Poliana havia sido em 2013.
Na piscina, o desempenho brasileiro foi prejudicado com a proximidade dos Jogos Pan-Americanos. A equipe saiu da competição em Toronto, em que nadou muito bem, sem muito tempo de descanso e menos de três semanas depois já nadava em Kazan. Com isso, melhoras de tempos foram raras. Além disso, Cesar Cielo, com uma lesão no ombro, nadou somente os 50m borboleta, em que foi finalista, e deixou o campeonato, perdendo a chance de ser o grande nome do país pelo quarto Mundial consecutivo.
O Brasil saiu das piscinas em um mar de prata. Thiago Pereira só perdeu para Ryan Lochte nos 200m medley, em uma bonita batalha. Em segundo também chegou Nicholas dos Santos nos 50m borboleta, em outro grande duelo, dessa vez contra o francês Florent Manaudou. E Etiene Medeiros, prata nos 50m costas, obteve a primeira, e até hoje única, medalha da história do país no campeonato. Além dessas pratas, também foi conseguido um bronze com Bruno Fratus nos 50m livre, finalmente chegando ao pódio em um Mundial quatro anos depois de deixar escapar medalha por muito pouco.
Por Daniel Takata
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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