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Quem acredita sempre alcança

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26/07/2017 15h58

Finalmente ele conseguiu. João Luiz Gomes Júnior vinha desde 2009 batendo na trave em sua prova preferida. Em Roma-2009 sua estreia em Mundiais terminou em 5º lugar os 50m peito. Não conseguiu se classificar para o Mundial de Xangai-2011 e em Barcelona-2013 foi novamente 5º colocado. Em Kazan-2015 não teve chances de nadar devido a uma suspensão por um exame antidoping. Hoje após todos estes percalços finalmente conseguiu subir ao pódio. Uma prata que pode muito bem se considerada como um ouro, afinal o campeão é um sujeito de outro mundo chamado Adam Peaty. Se o britânico fora de série fez sua prova a parte e quase bateu de novo o recorde mundial (nadou para 25s99), João foi o campeão entre os normais.

João chegou bem cotado nos 100m peito, onde havia sido 5º colocado nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, e começou bem sua campanha em Budapeste chegando a semifinal, mas na semifinal mais fortes de todos os tempos seu nado não encaixou e ele nem a final chegou parando na 11ª colocação. Concentrou-se então para os 50m peito, a sua prova. Nas eliminatórias bateu o recorde sul-americano e na semifinal piorou um pouco. Novamente não conseguiu encaixar o nado. Mas ele estava confiante na final e disposto a fazer a prova de sua vida. Foi lá e fez: 26s52, medalha de prata, novo recorde sul-americano e novo recorde das Américas. Um feito e tanto.

Joao Gomes Jr. enfim foi medalhista – Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

"Tenho tanta gente para agradecer que nem sei por onde começar. Eu estou tão feliz. Ah, cara, não estou aqui, é surreal", disse um ainda estupefato João sem acreditar que finalmente havia conquistado a tão sonhada medalha ao canal Sportv. Na mesma entrevista ele fez questão de agradecer e celebrar seu compatriota Felipe Lima também presente na final dizendo que ele o ajudou a sempre nadar mais rápido. Felipe ficou a apenas 18 centésimos da medalha de bronze ao terminar na quarta colocação com o tempo de 26s78.

Mas não foi só João quem bateu um recorde sul-americano e das Américas. Etiene Medeiros também brilhou nos 50m costas. Bicampeã mundial em piscina curta a brasileira fez uma bela prova, disputando braçada a braçada a liderança com a atual campeã mundial em longa Yuanhui Fu. No fim a brasileira bateu na frente por centésimo: 27s18 contra 27s19 da chinesa. O tempo de Etiene é novo recorde sul-americano e recorde das Américas, apenas 12 centésimos acima do recorde mundial que pertence a Jing Zhao desde 2009. Amanhã há grandes chaces da nadadora pernambucana unificar os títulos e conquistar o primeiro ouro da natação feminina do país em piscina.

Etiene Medeiros. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos. Duna Arena. 26 de Julho de 2017, Budapeste, Hungria. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Uma das provas mais esperadas dos dia foram as eliminatórias dos 100m livre. Depois do empolgante revezamento 4x100m livre, Marcelo Chierighini e Gabriel Santos voltaram para a piscina da Duna Arena. Os brasileiros nadaram na mesma série, mas apenas um conseguiu avançar para a final. Marcelo Chierighini novamente conseguiu se colocar entre os oito melhores do mundo na prova nobre da natação, repetindo os resultados de Barcelona-2013, Kazan-2015 e Rio-2016. Assim como aconteceu na Olimpíada ele entrou com o oitavo tempo: 48s31. Gabriel nao conseguiu chegar próximo de sua melhor marca e com 48s72 acabou eliminado na 14ª colocação. A final promete ser emocionante afinal, tivemos cinco nadadores na casa dos 47 segundos, com liderança para o francês Mehdy Metella com 47s65.

Emoção também foi o sentimento que Federica Pellegrini e Chad Le Clos sentiram na Duna Arena. A diva italiana faturou o tricampeonato mundial dos 200m livre (e sétima medalha em Mundiais) com final de prova arrasador. Enquanto Katie Ledecky e Emma McKeown duelavam pela liderança no centro da piscina a italiana na raia 6 veio como um foguete por fora e ultrapassou as duas adversárias no finalzinho para marcar 1min54s73. Destaque para o último parcial da italiana que foi quase um segundo mais rápido do que as de Ledecky e McKeown que dividiram a prata com 1min55s18.

Marcelo Chierighini parte para os 100m livre – Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Já Le Clos fez o inverso. Saiu forte abrindo muita vantagem para os demais adversários, uma tática arriscada para uma prova como os 200m borboleta. Mesmo sentindo o ritmo forte do início e vendo Laszlo Cseh crescer ao ser empurrado pela torcida, o sul-africano segurou a liderança e conquistou seu bicampeonato mundial na prova com 1min53s33, apenas 39 centésimo a frente do húngaro que foi ovacionado pela torcida húngara. No pódio Le Clos chorou bastante devido aos momentos conturbados pelo que passou nos últimos meses: troca de técnico e doença dos pais que prejudicou seus treinamentos.

A final dos 800m livre foi marcada por diferentes estratégias. Sun Yang que buscava o trimundial da prova tentou fazer a sua tradicional tática, mas hoje não funcionou e ele ficou muito atrás dos líderes não conseguindo atacar no final e chegando apenas em quinto lugar com 7min48s87. A vitória foi de Gabriele Detti, que começou forte, diminuiu no meio e apertou no final para sagrar-se campeão mundial pela primeira vez com 7min40s77 e bater o recorde europeu na distância. Seu compatriota Gregorio Paltrinieri não conseguiu acelerar no final e terminou com o bronze, atrás do polonês Wojciech Wojdak.

Federica Pellegrini conquistou sua sétima medalha nos 200m livre – Foto: Divulgação

Na final do revezamento 4x100m medley misto não houve surpresas. A equipe dos Estados Unidos com Matt Grevers, Lily King, Caeleb Dressel e Simone Manuel bateu de novo o recorde mundial na prova, melhorando sua performance das eliminatórias ao nadarem para 3min38s56. Tivemos ainda outras duas semifinais no dia. Nos 200m borboleta feminina Franziska Hentke foi a melhor classificada com 2min06s29. Amanhã suas principais adversárias serão Mireia Belmonte e Katinka Hosszu. Nos 200m medley masculino o americano Chase Kalisz com 1min55s88 foi o mais rápido. A final promete pois Kosuke Hagino, Daiya Seto, Philip Heintz e Shun Wang, todos cotados a medalha, também se classificaram.

Por Guilherme Freitas

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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