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Curiosidades e números do 5º dia: Etiene melhor do mundo

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27/07/2017 18h55

Um quinto dia de disputas da natação sem recordes mundiais em Budapeste, mas com uma vitória de Etiene Medeiros que compensou tudo – foi a primeira vez que o hino brasileiro foi tocado na natação em piscina do Mundial desde a vitória de Cesar Cielo nos 50m livre em 2013.

– Mais uma prova perfeita de Etiene Medeiros para finalmente obter a primeira medalha de ouro feminina na natação em piscina em Mundias de esportes aquáticos nos 50m costas. Melhorando quatro centésimos em relação à semifinal, com 27s14 bate o recorde das Américas e vence por um centésimo a chinesa Fu Yuanhui – aquela mesma que viralizou na Olimpíada pela sua expressão de surpresa ao ser informada da conquista da medalha de bronze nos 100m costas pela imprensa. Hoje, Fu não ficou nada satisfeita com a derrota. Ela não teve culpa de Etiene ter nadado a prova perfeita. Pode-se até ter a impressão de que a chinesa foi mais rápida na chegada que a brasileira, mas o fato é que Fu tinha uma ligeira vantagem a um metro da parede, e Etiene se projetou antes para fazer a chegada, o que lhe deu a vitória. É a terceira melhor marca da história, atrás do recorde mundial de 27s06 de Zhao Jing de 2009 e do 27s11 de Fu do Mundial de 2015.

Etiene Medeiros, com sua medalha de ouro. Ao fundo o Parlamento de Budapeste (foto: Satiro Sodré/SSPress)

– Etiene se consagra definitivamente como a melhor nadadora da prova na atualidade. Afinal, em piscina curta, é bicampeã mundial e recordista mundial. Agora, na longa, é campeã mundial. Além de Etiene, somente Chad le Clos, nos 200m borboleta masculino, Federica Pellegrini nos 200m livre feminino e Katinka Hosszu nos 200m medley feminino repetiram nesse campeonato os títulos conquistados no último Mundial de curta, em 2016.

– Em uma prova que não via vencedor diferente de Michael Phelps e Ryan Lochte desde 2001, a vitória de Chase Kalisz (1min55s56) nos 200m medley pode representar o início de uma nova era na prova. Graças aos dois fenômenos, a prova era a de maior invencibilidade americana no campeonato, e graças a Kalisz continua sendo. Com um parcial de peito de 32s63 matador, único abaixo de 33s, supera o favorito japonês Kosuke Hagino e com o tempo de 1min55s56 abaixa em nada menos que um segundo sua melhor marca. Hagino continua tendo melhor tempo, 1min55s07 do ano passado, mas nadou um segundo pior. Agora Kalisz é o sétimo mais rápido nadador da história da prova, um centésimo atrás de Thiago Pereira, o sexto da lista. O chinês Wang Shun emenda o terceiro bronze consecutivo em grandes eventos, após os terceiros lugares no Mundial de 2015 e na Olimpíada de 2016. Decepção para o alemão Philip Heintz, que havia feito 1min55s76 no Campeonato Alemão deste ano, suficiente para prata, mas aumentou quase dois segundos de seu tempo.

– Como bom velocista, Caeleb Dressel vem impondo sua maneira de nadar os 100m livre. Favorito desde que abriu o revezamento para 47s26 no domingo, melhorou ainda mais hoje para 47s17, recorde americano. Passagem fortíssima de 22s31, volta também forte de 24s74 – melhores parciais de ida e de volta de toda a prova. Faltando 25 metros, o francês Mehdy Metella chegou diminuir a distância, mas acabou ultrapassado por Nathan Adrian na primeira dobradinha americana na prova desde 1978. Confira abaixo a lista dos 10 nadadores mais rápidos da história dos 100m livre sem trajes tecnológicos, e veja os tempos das passagens dos primeiros 50 metros. Perceba que ninguém conseguiu passar abaixo de 22s50. Exceto Dressel, que parece criar um novo estilo de nadar a prova, passando muito forte e suportando a volta.

Top 10 all-time – 100m livre em trajes têxteis
1.  47s04 (22s54) Cameron McEvoy, AUS 2016
2.  47s10 (22s68) James Magnussen, AUS 2012
3.  47s17 (22s31) Caeleb Dressel, USA 2017
4.  47s52 (22s64) Nathan Adrian, USA 2012
5.  47s58 (23s14) Kyle Chalmers, AUS 2016
6.  47s62 (22s66) Vladimir Morozov, RUS 2013
7.  47s63 (23s17) James Roberts, AUS 2012
8.  47s65 (22s70) Ning Zetao, CHN 2014
9.  47s80 (22s61) Brent Hayden, CAN 2012
10. 47s80 (22s96) Pieter Timmers, BEL 2016

Marcelo Chierighini, em sua terceira final consecutiva em Mundial, consegue seu melhor resultado com o quinto lugar em 48s11 (22s95/25s16). Após nadar, declarou que ainda não encontrou sua melhor prova e que tem certeza que pode nadar para 47s. Também achamos. Sua parcial de volta no revezamento 4x100m livre foi de 24s94, e isso seria suficiente hoje para nadar abaixo de 48s. De qualquer forma, ele sai da prova com uma boa margem de melhora, visto a parcial de 46s85 no revezamento, e sabendo que ainda pode alçar voos mais altos na prova individual, o que pode guiar seu trabalho para as próximas competições.

Marcelo Chierighini (foto: Satiro Sodré/SSPress)

– Pela grande estrela que é a espanhola Mireia Belmonte, pode até parecer estranho que a vitória de hoje nos 200m borboleta seja sua primeira em Mundiais. O tempo de 2min05s26 não foi lá grande coisa – sequer teria sido pódio olímpico no ano passado, prova que venceu. E para 2min05s nadava Mary T. Meagher em 1981! Mas compensou a decepção de ter sido derrotada na prova no Mundial de 2013, em sua Barcelona natal. Foi apertada até o final pela alemã Franziska Hentke, que chegou 13 centésimos depois. Hentke chegou entre as favoritas no Mundial de 2015 e na Olimpíada de 2016 e não medalhou, por isso a prata de hoje foi um alívio. E no lucro também saiu Katinka Hosszu com o bronze, deixando todo o pódio com sabor de vitória.

– Sem surpresas no 4x200m livre feminino. As americanas eram as favoritas e Katie Ledecky fechou para 1min54s02, dando ainda mais mostras de que errou a estratégia de prova nos 200m livre em que foi derrotada por Federica Pellegrini – pela parcial de revezamento, não deveria ter nadado acima de 1min55s como fez na final da prova individual ontem. As chinesas, medalhistas de prata, eram as favoritas ao segundo lugar pelo que apresentaram esse ano. E uma briga acirrada pelo bronze entre australianas e russas, com vantagem para as primeiras.

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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