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A diferença de nadar em vários ambientes

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14/10/2019 17h45

Olá Pessoal! Tudo bem com vocês? Vamos continuar nossa conversa sobre maratonas aquáticas, acerca de um aspecto que deu muito o que falar no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju-2019. Muitos comentavam sobre como nadar em um ambiente com águas calmas e mais tranquilas pode beneficiar atletas vindos das piscinas e como, o contrário, nadar em um mar mexido, ou em lago com correntes, pode favorecer atletas oriundos das maratonas aquáticas.

No Mundial tivemos muitos atletas das piscinas nadando em um ambiente de águas mais calmas, obtendo assim, um bom desempenho. Mas pudemos observar que no momento da definição dos campeões, os atletas com a especificidade do nado em maratonas aquáticas acabam por se destacar, mantendo um maior equilíbrio entre todos os fatores que envolvem esta competição.

Hoje a adaptabilidade do atleta é fundamental para manter uma constância em seus bons resultados na modalidade e se sobressair em diferentes condições climáticas, tendo a expertise de adequar sua técnica de nado e estratégia de prova, às variações do ambiente.

Florian Wellbrock se destacou no Mundial com o mar flat – Foto: Bernd Thissen/DPA

Agora vou trazer para vocês uma análise com a colaboração do Coach Fernando Luiz, em relação à posição do corpo. Em águas tranquilas o nado fica mais alinhado e encaixado, sendo priorizado o deslize. No mar mexido o tronco fica mais elevado, há maior uso da força, para vencer as ondulações e facilitar a navegação. Logo é importante que o atleta consiga desempenhar seu nado nas duas condições, porém, é claro que atletas mais fortes tendem a se destacar em um mar mais mexido, em comparação àqueles cuja principal qualidade do nado, é sua técnica. A elite mundial sustenta um ótimo equilíbrio em ambas as vertentes.

Quanto ao ponto de apoio da mão, em um mar flat, pode-se manter esse apoio por maior tempo, gerando um alongamento no nado e diminuindo o ciclo de braçadas. No mar mexido, para que o nado se torne mais eficiente, o apoio de mão tem que ser alterado constantemente, com braçadas mais curtas.

Ana Marcela Cunha gosta de águas mais mexidas – Foto: Satiro Sodré/SSPress

Quando estamos na esteira em um mar flat é muito confortável, pois é possível se beneficiar dessa situação sem precisar ficar colado com o nadador da frente e atletas pouco experientes em ficar na esteira, acabam também conseguindo seguir nessas condições. Quando o mar está mexido, para se beneficiar do vácuo, é necessário ficar muito próximo do nadador a sua frente e qualquer descuido pode ocasionar na perda dessa esteira, sendo extremamente difícil sua recuperação por conta de ondas e correntes, pois você já está fazendo mais força para se deslocar, por conta das condições climáticas e perdendo a esteira, a recuperação será muito mais difícil do que em um mar flat.

Com relação à navegação: em águas mais tranquilas, não há a necessidade de tirar muito o tronco da água, economizando energia e fazendo menos força, enquanto que no mar mais revolto, o tronco tende a ficar mais alto e mais fora da água, exigindo maior esforço. Nesse aspecto podemos notar algumas ocorrências em um mar mais revolto, como, dores no trapézio e lombar para atletas que não tenham o devido fortalecimento nessas regiões, ao ter que levantar muito o tronco para visualizar as boias do percurso. Em águas mais tranquilas, para quem tem uma boa navegação e pode ficar por várias braçadas seguidas sem necessitar olhar para o percurso, a economia de energia é altíssima e sua rota não sofrerá interferência do ambiente.

Atletas durante prova no Mundial de Gwangju – Foto: Jo Kleindl

Podemos concluir que um mar flat propicia um nado mais alinhado ao nível da água, exigindo menor esforço e maior facilidade de deslocamento, havendo uma economia de energia. Em um mar mexido, com menor apoio, o uso da força é essencial para a elevação do corpo e ganho de deslocamento, sendo necessário um aumento do ciclo de braçadas, gerando um maior gasto de energia.

E você, prefere um mar flat ou se dá bem quando a situação está adversa?

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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